segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Capítulo II - Parte II


     Eu não vou conseguir Alex pensou, enquanto começava a sentir que o seu poder estava saindo do controle, dois segundos depois a bola da fogo que ele tenteava materializar fraquejou e apagou.

     Irônico, mesmo quando eu tento com todas as minhas forças as coisas sempre saem do meu controle, sempre o pensamento passava pela sua cabeça enquanto ele se deixava levar pela fadiga e pelo cansaço, caindo sentado no chão.

     - Isso é inútil – ele falou mais para si mesmo do que para Kayla

     - Você melhorou bastante desde a última vez que nós treinamos – ela disse e ele a olhou cético enquanto Kayla estendia a mão par ajuda-lo a se levantar

     Alex passou alguns segundos apenas olhando a mão que ela lhe oferecia antes de finalmente aceita-la e se por de pé

     Kayla era, assim como ele, uma mutante. Mas não uma mutante qualquer, ela era boa, muito boa e conseguia controlar o seu poder muito melhor do que ele. Alex tinha-na encontrado escondida em um pequeno armazém onde ele costumava guardar as suas armas e munições.

     Ele ainda se lembrava daquele dia nublado, a dois anos atrás, em que tinha decidido dar uma olhada nas suas armas para conferir se a fiscalização não as tinha confiscado, assim que ele tinha posto o pé dentro do armazém Kayla o tinha atacado e sinceramente ele ainda não sabia porque continuava vivo, ela poderia te-lo matado a qualquer momento apenas com um piscar de olhos, e alguma coisa o dizia que ela não teria nenhum tipo de compaixão se o fizesse.

     - É fácil, presta atenção – Alex voltou a sua atenção, novamente, para Kayla e a observou jogar uma de suas inúmeras adagas para cima, controlando-a para que ela continuasse flutuando – Você só precisa se concentrar e fazer o seu poder fluir a partir daqui

      Ela falou colocando a mão em cima do lado esquerdo do peito dele, ele olhou dentro dos olhos dela, subitamente percebendo a mínima distância entre eles

     - Isso não vai dar certo – ele sussurrou, tanto em relação a eles dois quanto em relação ao mínimo controle que ele possuía sobre os seus poderes

Ela passou os braços ao redor do pescoço dele e sorriu

     - você ainda nem tentou - com um impulso não muito grande, já que ela era quase da mesma altura que ele, ela juntou os lábios com os dele.

     A primeira reação que ele teve foi a de empurra-la para longe, mas ele decidiu que esse não seria a melhor maneira de afasta-la, então com um suspiro de resignação, ele retribuiu o beijo.

     Desde que Kayla tinha passado a morar com ele, ela vinha demonstrando que o queria não só com, vamos dizer, amigo. O problema, pelo menos na opinião dele era que além de nunca tê-la imaginado dessa forma , ele ainda estava muito ocupado tentando encontrar uma forma de tirar a sua irmã das mãos do Domínio.

     A lembrança da sua irmã gêmea fez com que Alex empurrasse Kayla, separando-a dele, ele deveria estar tentando criar um jeito de liberta-la e não se divertindo as custas do seu sofrimento.

     Ele a olhou, com o cenho franzido, mas logo voltou ao normal como se não quisesse discutir aquilo. Kayla não conseguia entender. Já faziam dois anos que eles estavam morando juntos – apenas no sentido literal – e ela sempre demonstrou que queria tê-lo não só como parceiro contra o Domínio, mas mesmo assim ele sempre se mostrava alheio a ela e as suas investidas.

     Irritado, Alex foi até a geladeira e pegou uma cerveja. Ele não era muito de beber, mas ultimamente o seu pouco desempenho com o seu próprio poder, tinha-o deixado meio deprimido, sem contar o fato de que ele não conseguia sequer pensar em Kayla como uma namorada. Recostado na bancada da cozinha, ele tentou saborear o álcool que ingeria, sem muito sucesso, se ele quisesse resgatar Sarah, primeiro ele teria que poder lutar contra o Domínio.

     Kayla se sentou ao lado dele na bancada girando uma adaga toda trabalhada em uma das mãos, mas sem encostar na mesma, ela parecia não se importar com o acontecido a pouco, ou sabia fingir muito bem.

     - É só questão de tempo para você conseguir, você é poderoso e tem potencial – Alex segurou a vontade de gritar.

     - O problema – ele sussurrou entre dentes – é que eu não tenho tempo para perder

     Kayla desceu da bancada e se recostou no peito dele, por algum motivo aquilo pareceu intimo demais para ele, que se mexeu desconfortável, por mais que ele a rechaçasse ela sempre voltava a jogar indiretas.

     - Vamos tentar de novo

     Alex respirou fundo, sinceramente, assim que Kayla se ofereceu para ajuda-lo, ele a imaginou como sendo uma companhia quieta e, de certa forma, agradável, talvez por ela fazer o estilo rebelde com o cabelo curto e franja longa, com piercings na sobrancelha e na orelha direita., mas ela era totalmente ao contrario do que fingia ser.

     Kayla sabia ser sarcástica como ninguém, mas ao contrario das outras pessoas ela também sabia a hora de parar com as brincadeiras e se tornar séria.

     - É melhor não, - pensou em voz alta – Eu estou com fome e a comida acabou – ele falou lembrando que tinha acabado de comer o último sanduíche.

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     Jenny estava a apenas um passo de desistir e se entregar ao Domínio. Quando a terceira nave robô passou voando pela sua cabeça, sem conseguir rastrea-la, ela já estava cansada de se esconder como uma criminosa. Ou será que era realmente um crime querer viver?

     Sem perceber, Z2 se viu olhando um casal de senhores dando comida aos pássaros, alheios a tudo e a todos. Ela queria ser que nem aquela senhora, ela queria poder envelhecer. Mas ela tinha perdido isso a muito tempo, desde o dia em que fora capturada pelo Domínio. Eles a forçavam a levar injeções que impediam que ela envelhecesse, e que com o uso continuo a deixaram infértil.

     Tinha passado muitos anos no Domínio, apesar de não saber ao certo quantos foram com toda certeza ela tinha perdido boa parte da sua vida trancafiada, tirando os poucos momentos em que ela era escalada para algum trabalho. Jenny odiava isso, forçavam na a matar ou até mesmo torturar outros mutantes, apesar de não gostar ela não podia fazer nada porque nesses casos ou ela torturava ou era torturada e por mais que isso a fizesse sofrer e a deixasse sem dormir por, no mínimo, uma semana o extinto de sobrevivência era maior.

     Jenny apertou a cabeça contra as mãos e se deixou cair novamente calçada. Desistir não seria a pior coisa do mundo, já que o domínio precisava dela, por isso a insistência em encontra-la. Era ela que previa tudo o que iria acontecer para que eles ficassem preparados para o pior, mas isso era doloroso para ela. Para que Z2 tivesse uma visão clara sobre o que iria acontecer, eles descobriram que ela precisava estar sentindo uma emoção muito forte, de perda, de tristeza ou... de dor.

     Eles optaram pelo caminho mais fácil, todas as vezes que eles queriam que ela previsse alguma coisa eles chamavam Elijah. Um monstro é isso que ele é, um terrivel monstro sem coração. O poder dele era devastador, ele podia fazer com que uma pessoa sentisse o que ele queria, qualquer coisa, desde de um tiro até uma cabeça descepada. Nessas horas Jenny desejava com todas as suas forças poder morrer, ela desejava um fim rápido para toda aquela dor.

     Enxugando as lágrimas que tinham voltado a cair pelas bochechas de Z2, ela se levantou e resolveu fazer a coisa mais lógica, se entregar. Já estava do outro lado da rua quando avistou um casal sair de dentro dos portões elétricos do prédio.

     A mulher tinha a pele de um moreno claro e os cabelos castanhos curtos não chegavam ao ombro e os olhos eram de um mel maravilhoso e bastante vivido, já o homem, Jenny não acreditava que estava vendo-o. Com a pele clara e os cabelos de um castanho escuro, ele era a versão masculina de Sarah.

     Ainda sem acreditar ele olhou-os atravessarem a rua e passarem do seu lado, não tinha dúvidas, ele só podia ser o irmão gêmeo de Sarah. Sem pensar duas vezes Jenny começou a segui-los. Aquilo só podia ser um milagre.


ESPERO QUE VOCÊS TENHAM GOSTADO *_*
ATÉ A PRÓXIMA !!!

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