quinta-feira, 28 de julho de 2011

Capítulo I - Parte II

      Assim que os olhos verdes de John pousaram nos castanhos de Jenny, a mente que antes pertencia ao soldado de apenas 40, um herói aos olhos da sociedade por ter lutado na guerra de 2100, passou a pertencer a experiência que foi criada para, também, lutar naquela mesma guerra que mudou completamente o mundo.

     Passos apressados ressoaram na cabeça de Z2, mas apenas vagamente, já que o esforço para manter John sobre controle exigia dela mais do que ela poderia dar por muito tempo.

     Com um pouco mais de força Jenny tentou fazer com que o soldado falasse umas poucas palavras para acalmas os amigos que a essa altura já estavam a apenas alguns metros de distância dos dois com as armas preparadas para atirar.

     - Calma gente, - Z2 quase sorriu com essa pequena vitória interna – Ela disse que vai cooperar

     Os soldados de nome Paulo (o que estava no telefone), desacelerou a sua corrida, mas mesmo assim não abaixou as duas glocks que carregava.

     - É sério Paulo – A voz monótona de John falou – Vocês já podem abaixar as armas
Alguma coisa deu errado”, pensou Jenny, mas ela não fazia a mínima ideia do que, realmente, pudesse ter dado errado já que Paulo e o outro soldado iniciante tinham colocado uma especie de capacete que impossibilitava a leitura e o controle das mentes deles.

     - Vire-se John – um calafrio percorreu a espinha de Z2, se ela não fizesse o que Paulo estava mandando ele atiraria, mas se ela fizesse o que ele mandou é lógico que os olhos vidrados e inexpressivos de John iriam delatar que quem estava no comando não era o soldado e sim a mutante e Paulo iria atirar de qualquer jeito - É melhor você se virar cara, se é que é você que está ai dentro. - Os olhos do soldado pousaram em Jenny junto com as duas armas que ele segurava

     Uma coisa que Paulo aparentemente não sabia era que dependendo do lugar que a bala atingisse, isso não a mataria, lógico que não, afinal para que serviria uma mutante que pudesse ser facilmente morta por uma arma, se ela não sobrevivesse a um tiro ela nem estaria ali para começo de conversa. Um barulho vindo de dentro da floresta chamou a atenção de Jenny, os carrascos estavam a caminho.
Paulo sorriu.

     - Eles já já estarão aqui, então para o seu bem é melhor você devolver o nosso amigo e se mandar antes que eles cheguem – o sorriso dele se alargou ainda mais – Se bem que você, provavelmente não vai conseguir ir muito longe e como eu sou um cara legal, vou dar 5 segundos para você correr.

     Jenny não tinha outra escolha a não ser agir para que pudesse ir embora dali. Apenas com um pensamento ela fez com que John girasse e antes mesmo que os outros dois soldados pudessem absorver o ato fez com que ele atirasse. Três tiros, três feridos. Apesar de poder ter matado os três humanos, ela não fez isso. Na verdade ela deveria te-los matado, porque assim que o Domínio colocasse as mãos neles, a melhor coisa que poderia acontecer com eles seria a morte.

     Os passos de mutantes e os latidos dos cachorros estavam se aproximando cada vez mais. Sem pensar muito no que estava fazendo, Jenny se ajoelhou perto de Paulo, pegou as duas glocks que ele ainda tentava segurar e voltou a correr dessa vez para o meio da estrada que separava a floresta da civilização.

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