Prólogo - I

     Jenny olhou, talvez pela milésima vez para o prédio laranja a sua frente, as pernas dela doíam de tanto andar, a pele descoberta do seu rosto e braços ardiam por causa do sol (coisa nova para ela) e os seus olhos pesavam devido ao sono e ao cansaço excessivo. Varias pessoas pararam para olha-la quando ela caiu sentada na calçada e colocou a cabeça entre as pernas, apertando a dos lados por causa da dor que ameaçava explodi-la.

     Uma mulher puxou o seu filho com força para o outro lado da rua quando ele tentou chegar mais perto da garota estranha que estava soluçando no meio da calçada. Jenny não precisava levantar a cabeça para saber que a moça estava brigando com o seu filho e ela, também não estava gritando com ele mas Jenny sabia.

Ela podia ler a mente da mulher.

Um soluço estrangulado escapou dos seus lábios.

Aquilo doía e ela não sabia como controlar aquele seu novo dom, se é que aquilo podia ser considerado como um dom. Era para Jenny ser só mais uma vidente e não para ter milhões de vozes gritando em sua cabeça.

Mas ELES mudaram isso no momento em que decidiram usa-la como cobaia, não só ela estava sofrendo por causa do erro DELES.

Toda semana dezenas de mutantes morriam em mesas de laboratórios enquanto outras dezenas chegavam, os poucos que como ela sobreviviam era submetidos a testes que poderiam muito bem serem chamados de torturas. E nesse testes outras dezenas de mutantes morriam. Que dera ela tivesse morrido também.

Jenny levantou a cabeça a tempo de ver uma garota, com no máximo 15 anos, passar alegra a sua frente sem nem ao menos nota-la. A garota estava indo a um encontro, tão feliz , tão apaixonada e se dependesse do Domínio, o mundo continuaria assim. Sem saber de nada.

O Domínio a que Jenny se referia é um grupo de operações que são pagos pelo governo para descobrirem porque e como os mutantes nascem, porém eles fazem muito mais do que isso, eles tentam nos aperfeiçoar para que sejamos usados como armas.